sábado, 26 de abril de 2008

Grupo Iguatemi se rende à classe C

Lembram dos comentários em aula sobre a Classe "Emergente"...Aí está um exemplo do mercado sobre isso...e recente...

Grupo Iguatemi se rende à classe C
Desde que foi fundado, em 1966, o Grupo Iguatemi é conhecido por arrebanhar consumidores de elite. Na última década, porém, a empresa foi forçada a se reinventar. Pelo menos dois empreendimentos do grupo – situados nas cidades de São Carlos e Sorocaba, em São Paulo – têm como público-alvo a classe C. E tudo indica que o Iguatemi vai investir cada vez mais neste filão. “Existe uma forte presença destes consumidores nas regiões Sul e Sudeste, onde estamos focando nossos negócios”, antecipa Carlos Jereissati Filho, diretor-presidente do Grupo Iesc (sigla de Iguatemi Empresas de Shopping Centers). O executivo se mostra entusiasmado com o crescimento da Classe C, que nos últimos dois anos registrou o ingresso de mais de 20 milhões de novos consumidores – todos eles oriundos da classe D, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O Brasil também passa por um período parecido com países do Leste Europeu como Romênia e Turquia. Nestes locais, os grandes centros recebem shoppings em bolsões da classe C”, analisa Marcelo Carvalho, presidente da Ancar (sócia do Iguatemi) e da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Clique aqui para ver os principais dados e tendências do setor.
O grupo Iguatemi também pretende desbravar cidades do interior, com maior potencial de crescimento. Opções não faltam na Região Sul – de onde o grupo obtém cerca de 25% de seu faturamento, conforme os dados do ano passado. Uma delas deverá estar no Paraná, único Estado da região em que o Iguatemi ainda não está presente. “Há estudos por lá, mas ainda não há nada de concreto”, declara Jereissati Filho. Dos 11 shoppings que o Iguatemi opera no Brasil, quatro se situam em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Expansão – Durante uma entrevista coletiva em Porto Alegre, nesta quarta-feira (23), Jereissati Filho adiantou que o grupo investirá R$ 400 milhões no Brasil neste ano – metade deste valor será injetado em três novos empreendimentos. Outros R$ 60 milhões estão reservados para a ampliação do Shopping Iguatemi, de Porto Alegre, que completa 25 anos neste mês. Até 2010, o shopping deve ganhar 10 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL) – espaço suficiente para receber de 70 a 100 novas lojas. Também receberá uma torre de escritórios comerciais que terá 15 andares. Não é a primeira vez que o grupo anuncia um empreendimento com estas características na capital gaúcha. Em novembro do ano passado, o Iesc anunciou um investimento de R$ 90 milhões na construção de uma torre comercial no shopping Praia de Belas (leia mais detalhes aqui). (Marcos Graciani)
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Iguatemi Porto Alegre

6 comentários:

Josete disse...

Esse artigo nos mostra alguns aspectos relevantes pelos quais as grandes empresas estão passando nos últimos tempos. Primeiramente, a questão das empresas, como o grupo Iguatemi, que estavam acostumadas a trabalharem somente com consumidores de elite e agora, com o crescimento das classes C e D, estão vendo-se obrigadas a adequar as suas operações e produtos a um público diferente, menos sofisticado, porém exigente e consciente de seus direitos como consumidor. Esses fatos ocorrem em virtude da estabilidade econômica vivida pelo Brasil desde a segunda metade dos anos 1990, com o fim da hiperinflação. Assim sendo, mesmo com menos dinheiro, o cliente continua tendo razão e deve ter as suas necessidades atendidas pelas empresas, que agora devem procurar ter ganhos em escala com maior volume de vendas e diminuir sua margem de lucro por produto vendido.
Outro aspecto tratado no post diz respeito à vinda de empresas como o grupo Iguatemi para fora dos grandes centros nacionais, como Rio de Janeiro e São Paulo. A expansão do grupo na região sul se dá pela crescente procura dos consumidores por opções de shopping Center nas grandes e médias cidades, e também pela saturação de alguns setores do comércio em grandes centros nacionais, fazendo com que a referida expansão ganhe força e velocidade.
Josete

Unknown disse...

O crescimento da economia e a queda nas taxas de juros, fizeram com que a renda do brasileiro e o poder de compra das classes média e baixa aumentassem. De olho nesse novo nicho, muitas empresas estão direcionando seus produtos e serviços para “abocanhar” essa importante fatia de mercado. Segundo a pesquisa Observador 2008, encomendada pela financeira Cetelem de São Paulo e realizada pela Ipsos, aumentou o número de pessoas que migraram das classes D e E (renda média de R$ 580) para a classe C (renda média de R$ 1,1 mil). Em 2005, 34% da população faziam parte da classe C, enquanto que no ano passado esse número chegou a 46%. Já as classes D e E representavam 51% em 2005 e, em 2007, somavam 39%.
Um bom exemplo que podemos acompanhar nesse post, é o caso do Grupo Iguatemi que percebeu uma grande oportunidade de mercado ampliando seu mercado-alvo. Certamente este caminho encontrado pelo grupo Iguatemi, já está sendo seguido por muitas empresas de sucesso em todo o Brasil, como é o caso das Casas Bahia que tem planos de entrar no mercado de Santa Maria. Uma empresa criada para atender, prioritariamente, o público das classes C, D e E, a rede Casas Bahia já se tornou sinônimo de consumo popular, apesar de hoje ter um mix de produtos que atende também as classes A e B. Segundo informações da assessoria de imprensa da rede, o volume de compras é um dos responsáveis por conseguir oferecer ao cliente preços melhores. Mas a facilidade no pagamento é, sem dúvida, um dos principais apelos para o consumo. Metade do faturamento das lojas está ancorada nas vendas em carnês, seguida pelo cartão de crédito (40%) e pagamentos à vista (10%) no cheque ou dinheiro. "A empresa busca oferecer um parcelamento que caiba no bolso do cliente".

Tobias disse...

Este é um exemplo de que o mercado esta se voltando para as classes C e E, que agora possuem um poder aquisitivo maior, já que a economia brasileira se fortaleceu e permitiu esse avanço das classes inferiores. Parece estranho que o Grupo Iguatemi tenha que mudar suas estruturas e políticas, apostando menos em consumidores de elite e voltando-se mais para classes mais populares, mas isso só reforça a idéia de que é preciso adaptar-se para continuar a crescer, e nesse caso, seguir a tendência de mercado que esta permitindo as classes C e E comprarem mais.

Unknown disse...

O povo ta ganhando grana e fazendo dividas nada como aproveitar a oportunidade e prender mais gente nos carnes das lojas
Felipe Lima Pereira

Unknown disse...

Essa evolução de um considerável número de consumidores da classe D para C se da pelo avanço da economia no país. É uma atitude muito sábia do grupo, em se voltar para atender essa classe, com esses investimentos e na construção de novas lojas pelo país, principalmente em cidades com potencial e do interior, considerando esse significativo aumento no número de consumidores. Se a economia do país continuar a se desenvolver da mesma forma que vem se desenvolvendo, a tendência é de que essa atitude seja seguida por outros grupos, já que a probabilidade de sucesso é muito grande.
Daniel Angelo Schneider

Unknown disse...

Com o crescimento do poder de compra e o aumento gradativo do crédito no Brasil, faz com que a classe C tenha uma "ascensão". E levando em conta, a questão da evolução cultural e tecnológica, torna o perfil consumidor da classe C, que é bem diferente das últimas décadas, o ponto foco para grupos e empresas do gênero do grupo Iguatemi. Nas redes de supermercados também é visível a maior atenção que está sendo dada a classe C.

Cássio Luciano Baratieri